segunda-feira, 2 de julho de 2012
Eu sou tu
Viemos girando do nada
Espalhando estrelas como pó
As estrelas puseram-se em círculo
E nós ao centro, dançamos com elas
Como a pedra do moinho em torno de Deus
Gira a roda do céu
Segura um raio dessa roda e terás a mão decepada
Girando e girando essa roda dissolve todo e qualquer apego
Não estivesse apaixonada, ela mesma gritaria: 'Basta!'
Até quando há de seguir esse giro?
Cada átomo gira desnorteado
Mendigos circulam entre as mesas
Cães rondam um pedaço de carne
O amante gira em torno de seu próprio coração
Envergonhado ante tanta beleza
Giro ao redor de minha vergonha
Vem. Ouve a música do Sama
Vem. Imite ao som dos tambores
Aqui celebramos
Somos todos a verdade
Em êxtase estamos
Embriagados sim, mas de um vinho que não se colhe na videira
O que quer que se pense de nós, em nada parecerá o que somos
Giramos e giramos em êxtase
Esta é a noite do Sama
Há luz agora!
Luz! Luz!
Eis o amor verdadeiro que diz à mente adeus
Este é o dia do adeus. Adeus! Adeus!
Todo coração que arde nessa noite é amigo da música
Ardendo por teus lábios meu coração transborda de minha boca
Silêncio
Silêncio
Mas feito de pensamento, afeto e paixão
O que resta é nada além de carne e ossos
Por que nos falam de templo de oração, de atos piedosos?
Somos a caça e o caçador
Outono e primavera, noite e dia
O visível e o invisível
Somos o tesouro do espírito
Somos a alma do mundo
Livres do peso que vergasta o corpo
Prisioneiros não somos do tempo nem do espaço
Nem mesmo da terra em que pisamos
No amor fomos gerados
No amor nascemos
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